G2 de FEB

Formação Econômica do Brasil – Márcia Guerra
Avaliação da G2
Leonardo Goulart Rocha

Introdução

O pensamento liberal teve sua origem no século XVII, através dos trabalhos sobre política publicados pelo filósofo inglês John Locke. Já no século XVIII, o liberalismo econômico ganhou força com as idéias defendidas pelo filósofo e economista escocês Adam Smith. Além das idéias liberais, os ideais da Revolução Francesa, Independência do Haiti e a Revolução Industrial, também foram episódios que afetaram a economia e a sociedade brasileira na transição entre o trabalho livre e assalariado, tais episódios terão melhor destaque no desenvolver deste trabalho.

Embora não se possa contestar a influência das idéias liberais vindas da Europa nos movimentos ocorridos no Brasil, devemos lembrar que os revolucionários brasileiros se inspiraram vagamente nas obras de autores europeus, conhecidas somente por um pequeno grupo de intelectuais pertencentes às classes mais representativas da sociedade. A maioria da população brasileira era inculta e, não tomando conhecimento, portanto, das novas idéias liberais.

O maior desafio à difusão das idéias liberais era a incompatibilidade dessas idéias com a realidade brasileira. Para a burguesia européia, o Estado liberal e nacional era necessário; porém, as idéias importadas da Europa não encontravam no Brasil uma estrutura sócio-econômica correspondente. Enquanto na Europa elas serviam a uma burguesia interessada no desenvolvimento das manufaturas e indústrias, no Brasil elas iriam ser definidas pelo proprietário rural e por uma burguesia pouco expressiva dependente quase totalmente do Estado ou das categorias rurais. Além disso, a economia essencialmente agrária e escravista não possibilitava o desenvolvimento de uma burguesia semelhante à européia. Outra diferença é o fato de que a burguesia do Brasil era constituída em sua maioria por comerciantes portugueses e funcionários da Coroa, interessados na manutenção do sistema colonial e