Escravidão na áfrica
A) Os fatores que justificam sua disseminação no continente africano. A escravidão estava enraizada na cultura africana, como era também o comércio de escravos. Quando os europeus entraram nesse mercado, os africanos só atenderam ao aumento da demanda durante séculos fornecendo mais escravos. É fato, segundo John Thornton, que a escravidão era difundida na África, seu crescimento e desenvolvimento foram independentes do comércio europeu, mas a medida que o comércio interno de escravos era estimulado por fatores internos, a escravização se tornava mais intensa e o comércio atlântico de escravos foi o resultado dessa escravidão interna.
O comércio de escravos não pode ser visto como uma espécie de fator autônomo na história da África, ao contrario, ele foi organizado de forma racional pelas sociedades africanas, arraigada nas estruturas legais e institucionais africanas. A escravidão era considerada, entre as comunidades africanas, como a única forma de propriedade privada que produzia riqueza – rendimentos. Conforme o autor, esse sistema se diferenciava do europeu, pela principal forma de propriedade privada. A principal propriedade privada que rendia na visão dos europeus era a posse de terras, mas o que justifica essa diferença, é que as terras africanas funcionavam em um sistema de corporativismo, não havendo a propriedade privada de terras.
Conforme Thornton, a taxação, a escravidão e outras formas de relação de dependências eram outras formas de estabelecer a obtenção de rendimentos, esse era um direito do Estado ou de grupos corporativos. Assim, a posse ou o controle do trabalho e pessoas ou escravos, geravam mais produtos do que a posse de terras, as pessoas é que eram taxadas em vez das terras.
A escravidão foi muito importante na África, exerceu um papel significativo, se os africanos não tinham propriedade privada de terras, podiam ter como propriedade o trabalho. A propriedade ou controle do trabalho poderia