a escravidão na africa
Por mais que possa parecer estranho diante das mentes contemporâneas, a escravidão já era uma instituição muito bem consolidada na África, muito antes da chegada dos europeus nesse continente. Tal fato faz cair por terra a ideia de que os europeus teriam incitado a criação da escravidão no continente africano. Séculos antes da chegada dos europeus, o continente africano já apresentava essa atividade, regulada por costumes e leis internas de um local que, em muitos casos, possuía certos modos de produção consolidados em torno da mão de obra escrava. Desde por volta de 700, "prisioneiros capturados nas guerras santas que expandiram o Islã da Arábia pelo norte da África e através da região do Golfo Pérsico" eram vendidos e usados como escravos. Durante os três impérios medievais do norte da África (séculos X a XV), o comércio de escravos foi largamente praticado.
Subprodutos de confrontos militares, os escravos, em sua esmagadora maioria, raramente ficavam nas regiões onde eram capturados, ou na região de seu captor, eram exportados para os "muçulmanos" que se encontravam na parte norte do continente. O norte mulçumano possuía uma demanda baixa de escravos (se compararmos com a demanda dos europeus dos séculos seguintes), porém uma demanda estável e por vezes, constante. A presença dos islâmicos é algo definitivo para as transformações pelas quais a prática da escravização vai se transformando ao longo dos séculos.
A presença deles levou os governos subsaarianos a vender os cativos para o norte do continente, destinando a maior parte deles. No inicio a minoria é que ficava em posse desses governos e seus súditos. Em geral os escravos vendidos eram colocados em funções típicas da escravidão regulada pelos mulçumanos, tornavam-se concubinas, soldados, administradores criados e trabalhadores simples. A escravidão tendeu a aumentar conforme os conflitos na África tornavam-se maiores,