Escolas metodicas
Toda concepção capaz de impedir que uma ciência seja apreendida impede também que ela se constitua. Langlois & Seignobos, 1898, p. 184.
Apesar das divergências teóricas no interior da historiografia formada no esteio da tradição intelectual européia colocada em evidência a partir dos anos de 1940, tornou-se lugar-comum a adoção incondicional às criticas produzidas à historiografia francesa do início daquele século. Sob o signo da negatividade, as contribuições daquela “escola crítica” ou “escola metódica” foram tomados, em linhas gerais, como exemplos de como não se deve exercer a prática historiadora. Introdução aos Estudos Históricos de 1898, um de seus corolários, tem como autores dois historiadores profissionais, cuja formação remontam às décadas de 1870 e 1880. Ch. V. Langlois era um medievalista, professor da Sorbonne, enquanto que Ch. Seignobos, o mais novo, era um modernista com afinada preocupação metodológica. Juntamente com G. Monod, e sua “Revue historique”, fundada em 1876, Ch. V. Langlois e Ch. Seignobos julgavam-se adeptos de uma “nova escola” historiográfica que procurava dar à disciplina o status de “ciência positiva”. Bourdé & Martin (ANO: 114), enxergam em Leopold Von Rake a fonte do programa teórico-metodológico utilizado pela Escola Metódica. Seriam quatro os pressupostos rankeanos necessários para atingir a objetividade e conhecer a verdade da história – relatar apenas aquilo que realmente ocorreu, a dissociação entre sujeito e objeto do conhecimento com objetivo a constituição de uma visão imparcial dos acontecimentos, a idéia de que a história já existe e si mesma, cuja estrutura é diretamente acessível ao conhecimento do historiador, o historiador age dentro de uma relação passiva em relação ao fato histórico que pretende registrar, a tarefa do historiador consiste fundamentalmente na reunião de dados assentados em fontes seguras que revelaram a verdade