escolar
Quando, no raiar da aurora, Jesus é conduzido perante Pilatos por uma parte dos seus acusadores, o representante do Império Romano não parece disponível para o receber. De acordo com o Evangelho de João, Pilatos procura, num primeiro momento, reencaminhar Jesus para o Sumo-sacerdote e ao seu conselho. «Tomai-o vós e julgai-o segundo a vossa Lei», disse Pilatos aos que conduziram Jesus até si. Para o governador, o caso de Jesus trata somente de aspectos religiosos e foge aos seus domínios. A resposta, no entanto, é imediata: «Não nos é permitido dar a morte a ninguém». Abruptamente, Jesus encontra-se condenado de forma implacável, o seu destino colocado nas mãos de Pilatos. O que se segue, com Jesus perante o seu juiz, é um diálogo único nos Evangelhos.
Pilatos inicia o seu interrogatório com uma pergunta directa: «Tu és o rei dos judeus?» Jesus responde com uma outra questão: «Tu perguntas isso por ti mesmo, ou porque outros to disseram de mim?» Aparentemente evasivo, a resposta de Jesus é, de facto, extremamente exploratória, como se desejasse saber de que forma irá Pilatos implicar-se neste