Epístolas

Epístola aos Hebreus
A Epístola aos Hebreus é um grande tratado teológico, muito maior que uma simples carta. Foi escrito em um gênero literário fino e bem composto, cujos destinatários eram os povos das comunidades já trabalhadas por Paulo. Provavelmente tenha sido escrita entre os anos 60 e 70.
Este texto, muitas vezes atribuído ao apóstolo Paulo, foi escrito por algum de seus colaboradores ou discípulos, como Barnabé, Aristião, Silas, Apolo, Priscila e outros. Muitos acreditam ser de Barnabé a autoria da epístola, uma vez que este era um levita (judeu da tribo de Levi). Os levitas tinham a função de ministrar o culto e a liturgia judaica, e ninguém melhor que um levita para escrever uma epístola tão rica de detalhes do culto no Templo. Paulo, ao invés, era fariseu.
O objetivo da epístola era esclarecer aos recém-convertidos o papel de Jesus Cristo em sua relação com o Templo e o judaísmo, mostrando a ruptura apresentada por Cristo e qual a novidade que ele traz consigo. O autor provavelmente estava preocupado com o perigo da apostasia (abandono da fé).
Em linhas gerais, podemos resumir a epístola com um paralelo entre Antigo e Novo Testamento. No Antigo Testamento, ou melhor, no judaísmo até Jesus Cristo, no Templo em Jerusalém se ofereciam sacrifícios de animais pela remissão dos pecados e em ação de graças. O Templo era o centro do judaísmo, e ali se concentravam os principais atos litúrgicos da religião judaica. Dividido em 7 partes, apenas o Sumo Sacerdote (que era da tribo de Levi) poderia entrar na última parte, considerada “Santo dos Santos”.
Jesus jamais se apresentou como sacerdote, e não era levita, mas da descendência de Davi. Por isso, o cristianismo apresentará uma ruptura com o Templo. O Templo já não dá mais conta da questão do pecado. A grande obra de Jesus, conforme a Epístola aos Hebreus, é a questão do pecado: Jesus traz a redenção.
Ou seja, a partir de Cristo, não há mais a necessidade do Templo, bem como não se precisa mais de