Epistemologia e ciência
A descoberta do método científico no século XVII aumentou a confiança do homem na possibilidade de a ciência conhecer os segredos da natureza. A confiança baseia-se na profunda crença na ordem e racionalidade do mundo.
O método aqui em questão é o experimental que consiste em etapas: primeiro, a observação; em seguida, a hipótese; o controle experimental; e, por fim, a generalização.
O método científico se aperfeiçoa, se universaliza e serve de modelo e inspiração a todas as outras ciências particulares que vão se destacando do corpo da “filosofia natural”. É interessante notar que a ligação inicial entre filosofia e ciência persistiu por muito tempo na nomenclatura dos cientistas. Não raro se encontravam livros com o título “filosofia natural” para se referir à física. Até hoje há reminiscências na classificação das “Faculdades de Filosofia”, onde se estuda não só a própria filosofia, mas também matemática, física, química etc. Além disso, a graduação do aluno que faz tese de doutoramento em qualquer área é conhecida como PhD, ou seja, Philosophiae Doctor.
Os resultados obtidos por Galileu na física e na astronomia, bem como as leis das órbitas celestes de Kepler e os dados acumulados por Tycho-Brahe possibilitaram a Newton (1642-1727) a elaboração do primeiro exemplo de teoria científica encontrado na ciência moderna: a teoria da gravitação universal. As leis formuladas anteriormente referiam-se apenas a aspectos particulares dos fenômenos considerados. O sistema newtoniano cobre a totalidade de um certo setor da realidade e, portanto, realiza a maior síntese científica sobre a natureza do mundo físico.
Segundo o professor Maurício Rocha e Silva, “em determinado momento de suas elucubrações juvenis, Newton teve subitamente a idéia de uma força de atração de todos os corpos no universo, e o seu gênio foi capaz de deduzir dessa simples possibilidade as leis da gravitação universal, segundo as quais a força de