Epicuro
2. Habitua-te a pensar que a morte não é nada para nós, pois que o bem e o mal só existem na sensação. Donde se segue que um conhecimento exacto do facto de a morte não ser nada para nós permite-nos usufruir esta vida mortal, evitando que lhe atribuamos uma idéia de duração eterna e poupando-nos o pesar da imortalidade. Pois nada há de temível na vida para quem compreendeu nada haver de temível no facto de não viver. É pois, tolo quem afirma temer a morte, não porque sua vinda seja temível, mas porque é temível esperá-la.
3. Segundo Epicuro, o futuro não pertence totalmente a nós e nem temos ausência dessa posse, isto, afim de que não tenhamos que aguardá-lo com convicta certeza que virá, nem desesperarmos pela incerteza de sua vinda.
Pelo mito dos deuses há esperança do perdão e da misericórdia dos deuses, em troca de sacrifícios prestados a estes, ao contrários do destino dito pelos homens, em que o futuro é algo incerto e imutável. Portanto, vale mais depositar sua confiança nos mitos do que em destinos.
4. Classificação dos desejos segundo Epicuro Desejos naturais Desejos frívolos Necessários Simplesmente naturais Artificiais Irrealizáveis Para a felicidade (eudaimonia) Para a tranquilidade do corpo (protecção) Para a vida (nutrição, sono) Variações de prazeres, busca do agradável Exemplo: riqueza, glória
5. A doutrina de Epicuro entende que o sumo bem reside no prazer e, por isso, foi uma doutrina muitas vezes confundida com o hedonismo. O prazer de que fala Epicuro é o prazer do sábio, entendido como quietude da mente e o domínio sobre as emoções e, portanto, sobre si mesmo. É o prazer da justa-medida e não dos excessos. É a própria Natureza