O ser humano nasce e no decorrer de sua vida passa por várias etapas no seu desenvolvimento. A infância normalmente é o período em que a pessoa começa a descobrir as coisas da vida e dispõe de saúde e energia em abundância. No período da adolescência até a idade adulta é vivido o ápice da vida. A velhice que na maioria das vezes está acompanhada de doenças que acompanham a idade é também marcada pela idéia de que a morte se aproxima. É através destas mudanças que observamos a influência do tempo em nossas vidas. O filme O Curioso Caso de Benjamin Button apresenta a história de um homem que viveu toda sua vida fora dessa linearidade convencional. Benjamim nasce com a aparência de um velho de mais de 80 anos e consequentemente apresenta os males que normalmente acometem pessoas com idade avançada. Benjamim é abandonado pelo pai e cresce em um asilo, local onde conhece Daisy, neta de uma das moradoras do asilo. Juntos eles vivem a infância e todo o processo que envolve esse período, porém Benjamim se desenvolve com a saúde debilitada e vive confinado nas dependências do asilo. Eles se apaixonam, mas caminham em direções opostas, pois ela envelhece e ele rejuvenesce. Suas vidas se cruzam em apenas uns momentos, quando eles possuem quase a mesma idade, e depois é impossível manter a relação porque ela está cada vez mais velha e ele mais jovem. O filme faz uma reflexão interessante sobre o tempo. Benjamin vive um destino contrário ao tempo. É como se sua vida fosse vivida de “trás para frente”. Também observamos algumas semelhanças entre o período da infância e o da velhice (o bebê tem dificuldades para andar assim como uma pessoa com mais de 80 anos de idade), como se o tempo fosse cíclico, como se caminhássemos para certo ponto e depois regredíssemos. Outra reflexão presente no filme é a diferença entre a mente e o corpo físico do personagem em oposição ao tempo da vida de uma pessoa.