Entrevistas iniciais com crianças
Instituto de Psicologia
Métodos Clínicos e Diagnósticos I
Entrevistas Iniciais com Crianças
Graduanda: Carolina Rippel Costa
Porto Alegre, 02 de julho de 2012.
Introdução
O presente trabalho tem por objetivo desenvolver alguns dos conceitos discutidos na cadeira de Métodos Clínicos e Diagnósticos I através da observação de uma entrevista inicial realizada com mãe e filha na Clínica de Atendimento Psicológico da UFRGS.
“As entrevistas preliminares têm a função de realizar a sondagem proposta por Freud para verificar a pertinência do tratamento psicanalítico” (Petri, 2008). Durante as entrevistas é realizado o diagnóstico diferencial porta de entrada para o discurso analítico, anterior à análise propriamente dita. Período em que o sofrimento psíquico pode ou não se transformar em demanda, e assim determinar se há necessidade do tratamento. Ainda que a análise e a entrevista mantenham a mesma estrutura de associação livre, diferem essencialmente com relação ao diagnóstico e seu tempo. Para Quinet (2002), cabe ao analista decidir se há possibilidade de transformar a entrevista inicial em tratamento, considerando as três funções que compõem esse momento inicial: a diagnóstica, a sintomal e a transferencial. A entrevista inicial com a criança tem o atravessamento dos pais. Considerando-se que a criança chega para tratamento quando trazida pelos pais ou responsáveis, é esperado que fossem eles a trazerem as primeiras questões relativas às condições de análise da criança. Segundo Petri (2002) a inclusão dos pais se torna inevitável haja vista que o seu discurso produz efeitos sobre a criança. É a partir do discurso dos pais, ou em suas lacunas, que a criança irá trabalhar os significantes para construir a sua versão desse lugar discursivo que lhe foi atribuído. A clínica de atendimento psicológico da UFRGS utiliza em suas entrevistas iniciais com crianças a técnica através do brinquedo, método que promete