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Em debate realizado na Conferência Internacional Anticorrupção (IACC, na sigla em inglês), o fundador da Transparência Internacional, Peter Eigen, afirmou que a corrupção está intimamente ligada a não punição dos atores envolvidos nos processos ilícitos. “Em todos os lugares do mundo os dois temas apresentam correlação em diversos sentidos. As pessoas acreditam que ficarão impunes e optam pela corrupção. Ao mesmo tempo, o ato de corrupção em si fortalece a impunidade”, explicou Eigen, durante o evento que é realizado em Brasília e termina no dia 10. As informações são da ONG Contas Abertas.
Eigen explicou que a Transparência Internacional não considera apenas punições penais e criminais, estagnadas nos marcos legislativo e jurídico dos países, no combate à corrupção. “Consideramos também ações administrativas, que seriam o outro lado da moeda”, disse. “Capacitação de agentes em licitações sem interesses privados ou políticos, por exemplo. Só assim teremos um sistema íntegro de combate à corrupção”, avalia Eigen.
A Transparência Internacional é uma organização não governamental com quase 20 anos de trabalhos dedicados ao combate à corrupção em todo mundo. As principais metas da instituição, nos últimos anos, foram justamente o combate à impunidade e o aumento do interesse das pessoas prejudicadas pelos sistemas de corrupção.
Eigen também defendeu um acordo internacional para lidar com o tema. A ideia é que, assim como as economias estão globalizadas, as ações de combate à corrupção das nações mundiais também deveriam funcionar de maneira padronizada, descaracterizando a impunidade.
“Muitas empresas se tornam corruptas porque governos nacionais não têm interesse em lidar com esses desvios de comportamento e não conseguem mensurar as consequências nocivas de corrupção além da fronteira. Com isso perde-se a ideia de que precisamos agir de maneira coletiva”, concluiu Eigen.