Ensino técnico e a desigualdade no mercado de trabalho
A desigualdade de renda no Brasil vem caindo desde a década de 90, a renda dos mais pobres aumenta proporcionalmente mais que a dos ricos. Mesmo assim, os especialistas se mostram céticos quanto a permanência dessa queda, atribuindo ela principalmente a programas de distribuição de renda, como o Bolsa Família, e a diminuição da desigualdade no mercado de trabalho. Essa diminuição se explica tanto pela melhora dos postos de trabalho, quanto a políticas que aumentam a qualidade da mão-de-obra, como por exemplo, o investimento no ensino técnico.
Outro problema para o qual o ensino técnico foi pensado para resolver: A juventude brasileira é uma juventude trabalhadora e suas taxas de participação no mercado de trabalho são elevadas. Também é elevada a proporção dos que buscam conciliar estudos e trabalho ou que transitam de uma situação a outra. A ampliação da presença dos jovens na escola não eliminou a experiência do trabalho o principal efeito do aumento dos anos de escolarização até agora foi o de reduzir o trabalho na adolescência (15 a 17 anos). Ainda assim 29,6% estão na População Economicamente Ativa (PEA) - em 1998 essa cifra era de 45%.
Laís Abramo (Diretora do Escritório da Organização Internacional do Trabalho OIT no Brasil) destacou que a entrada dos jovens no mercado de trabalho é fortemente marcada pelas desigualdades sociais. Isso porque o trabalho é mais intenso entre os jovens das famílias mais pobres; poucas vezes é exercido nas condições protegidas pela Lei de Aprendizagem e, muitas vezes, equivale às piores formas de