ensino fundamental de 9 anos
Todos nós temos, em nossas lembranças da infância, a riqueza das tradições por via oral. Elas precedem os livros e, muitas vezes os substituíram. Por mais que a Literatura Escrita tenha surgido, ela não ocupou todos os espaços da Literatura Oral. Ela continua presente em muitas das manifestações como as canções e cantigas de mães, avós, criadas, nas falas de jogos, nas palestras, nas adivinhas com que as próprias crianças brincam. Meireles (1979) afirma que um livro constitui um instrumento de “criação, invenção e intenção do adulto”, pois nele estão todas as idéias consideradas pelo adulto como necessárias à formação da criança. É através da linguagem própria que será transmitido à criança o que se considera essencial a sua compreensão.
Com relação à Literatura Escrita, alguns autores, inclusive brasileiros, são, preferencialmente, abordados em vista da enorme contribuição que oferecem ao contexto literário, nos últimos cinqüenta anos, no país. Entre eles, Monteiro Lobato mantém-se em destaque, pois tem habitado o imaginário de crianças por várias gerações, podendo suas histórias serem adaptadas em qualquer tempo ou situação, pois provocam a imaginação e a reflexão sobre as pequenas e as grandes coisas da vida.
A literatura infantil brasileira tem seu início com a obra de Monteiro Lobato. Conforme Cadermatori (1987), o sentido inovador nessa obra é fortemente observado, pois Lobato procurou romper com os padrões pré-fixados no gênero literário infantil. Seus livros mostraram um mundo diferente do real, mas que antecipava uma realidade que superava os conceitos e preconceitos do