Ensaio A Construção da Relação Homem Trabalho na História da Administração
Ensaio: A construção da Relação Homem-Trabalho na História da Administração
“Não travei relações com nenhum livro sólido, exceto Plutarco e Sêneca, em que me abasteço como as danaides, enchendo e vertendo sem cessar. Fixo alguma coisa disso neste papel; em mim, praticamente nada.” Montaigne, Os Ensaios.
Temo, por minha falta de conhecimento aprofundado do tema, empobrecer a verdade pelo uso da minha opinião, valer-me da confiança em uma mediação da realidade (Ecléa Bossi, 2003) e, com isso, cometer equívocos graves de conteúdo, escancarando minha ignorância e ainda mais, meu atrevimento. Ainda assim, confesso que atender ao desafio de escrever este ensaio, tem sido muito prazeroso, pois além do suporte maravilhoso encontrado no livro de Pedro Bendassolli: Trabalho e Identidade em Tempos Sombrios, deparei-me com a alegria do reencontro com meus olhos de menina curiosa e com a redescoberta de que o que nos atrai aquece o coração e faz mover os pés. A referência é única (e portanto parcial) e, embora o livro tenha uma narrativa temporal mais extensa e seja rico na bibliografia pesquisada, o tempo estabelecido para elaboração deste texto não me possibilitou seguir além, e o que relato aqui, são impressões superficiais sobre o que pode ter sido a Relação Homem-Trabalho em um período de tempo que se inicia na Antiguidade Clássica e Idade Média, chegando aos Tempos Modernos e à Idade Contemporânea.
Revisando sua trajetória histórica, na cultura ocidental, que relato a seguir, o trabalho, em sua importância subjetiva, nem sempre ocupou o mesmo espaço na escala de sentido e valor das sociedades: já foi considerado brutalizador e inadequado; vivenciou sua função de objeto de pura transcendência a Deus e também designações imanentes de ponte ao autoconhecimento, à auto realização e à essência. Ele, que continua a se transformar (e a ser ao mesmo tempo o catalisador das transformações) dança ao compasso das mudanças nas rotinas