Coroa e Indústria no século XVIII
Ensaio crítico
Este estudo assenta numa pesquisa e sistematização, com vista a responder o mais fielmente possível a uma problemática por mim selecionada no âmbito da unidade curricular de História Moderna de Portugal II. Esta problemática consiste no desvendar daquilo que seriam as relações entre a Coroa e as unidades manufatureiras do século
XVIII e de que forma é que estas se processavam. Procuro ainda esclarecer até que ponto é que o Estado da época exercia a sua influência ou não sobre as ditas manufaturas setecentistas. Será dado o exemplo da indústria vidreira, numa linha de seguimento com aquilo que tenho explorado ao longo do semestre nesta cadeira, correlacionando logicamente com o que foi dito atrás.
Gostaria ainda de clarificar o processo que me levou a escolher esta problemática.
Como referido no parágrafo anterior, o meu fio condutor desde o início tem sido a indústria, concretamente o vidro, que foi primeiramente a proposta a que me lancei neste trabalho. Mais tarde, me apercebi que não seria benéfico para mim me concentrar tanto no sector vidreiro e seguindo o conselho da Sr.ª Professora Helena
Osswald, procurei inteirar-me de informação mais geral sobre a indústria e focar-me numa problemática mais global. Por isso mesmo, iniciei esta minha investigação pela consulta de obras generalistas.
Antes de abordar a indústria e a minha problemática, parece-me de todo conveniente, expor a realidade económica, social e política que vivia Portugal à entrada do século
XVII, sobretudo a primeira, por envolver um estudo estrutural, essencial à compreensão do processo na indústria.
A este respeito, podemos dizer que existia, a nível económico, uma grande dependência do vetor colonial, que afetava as estruturas económicas da metrópole.
Este excessivo peso do sector comercial, levava inevitavelmente a uma
“subalternização”, como nos diz José Mattoso dos sectores produtivos, dadas as poucas relações com