Ensaio sobre o entendimento humano
País algum se furtou à influência deste livro, que é um dos monumentos do pensamento filosófico do seu século, a par do Novum organum scientiarum (1620) de Bacon, das Meditationes de prima philosophiae (1641), de Descartes, do Leviathan (1651), de Hobbes, do De la recherche de la vérité (1674-5), de Malebranche, da Ethica (1677), de Espinosa, do Discours de Métaphysique (1686), de Leibniz. Não é conhecida a existência de uma tradução na nossa língua, sequer à semelhança da que Jacob de Castro Sarmento tentou (se este é o termo próprio) para a obra de Francis Bacon, mas o que o original de Locke não alcançou, logrou-o o Abridgement de John Wynne, que foi o «guia”da tradução adiante publicada, na parte que até nós chegou. Não obstante, o Essay forneceu o arsenal das ideias que mais abundantemente abasteceram a contenda anti-escolástica. Fossem colhidas diretamente, nas páginas originais e, sobretudo, nas da tradução francesa de Coste, ou indiretamente, na obra de filósofos sensistas como