Ensaio : Leitura no ensino fundamental

A Leitura no ensino fundamental: uma posição subjetiva

Percebe-se hoje uma insatisfação generalizada no que concerne à leitura e compreensão de textos de alunos de escolas de ensino fundamental. Em pesquisa recente no Fantástico de Domingo dia 14/06/2004, estatísticas mostraram aquilo com que professores dessas séries há muito se preocupam: a dificuldade de compreensão e apreensão de sentidos no texto, o que traz obviamente dificuldades no aprendizado também de conteúdos de outras disciplinas.
Tendo em mente as concepções de leitura apresentadas por MARTINS(1988) (leitura x contexto pessoal) a proposta inicial era de fazer uma reflexão sobre a real situação de leitura no ensino fundamental e do que tem sido feito por professores e outros profissionais de educação para reverter o quadro.
Como vemos em MARTINS (1988), “a leitura é uma conjunção de fatores pessoais com o momento e o lugar, com as circunstâncias” e começamos a ler “a partir do nosso contexto pessoal”.
Assim, utilizei-me de uma experiência própria para tratar desse assunto. Há dois meses leciono em uma escola pública estadual na periferia de Belo Horizonte, depois de cinco anos sem entrar em uma sala de aula de ensino fundamental. O meu olhar naquela época era diferente do meu olhar hoje, até porque eu já não sou mais a mesma pessoa, e a minha posição é diferente: não sou mais a aluna, mas agora a professora, que está na mediação entre o aluno e a instituição escola.
Neste começo tudo pra mim foi objeto de observação, e esse problema com relação à leitura se tornou mais evidente, pois ao contrário de simplesmente ouvir acerca do assunto, pude verificar de perto. À primeira reunião pedagógica de que participei em meu primeiro dia de aula na escola, já presenciei a discussão do problema, que foi colocado em questão por um professor de geografia, direcionada às professoras de português: eles tinham muitas dificuldades com leitura e interpretação de texto. Em resposta à colocação, uma delas