ensaio filosofico
A garota acaba por ganhar verdadeiramente a afeição de seus parentes, sua tia no início fica receosa de se aproximar de Helena, como seria de se esperar de uma dama da alta sociedade perante uma bastarda aparentemente sem classe. Helena e seu irmão mantém um contato muito próximo, acabam se apaixonando, até a história se desenrolar e ele descobrir que Helena era apenas enteada, e não filha de seu pai, e que o verdadeiro genitor da moça continua vivo, e é um simples e pobre homem, de nome Salvador. A paixão dos irmãos acaba em tragédia, culmina na morte de Helena, a intrusa que alterou as firmes estruturas da família Vale.
O contexto social de então: as políticas de dominação vigentes extremamente paternalistas, que faziam do Brasil a extensão de seus quintais, de suas vontades, levavam a sociedade e a política a convergirem direto aos seus anseios. Machado de Assis dominava a língua, e todo o vocabulário usado por essa política de domínio paternalista, conseguindo assim expôr sutilmente disfarçado de romance toda ideologia das atividades da época em questão
A abertura do testamento do conselheiro do Vale é uma das primeiras passagens do livro, e exatamente como revela a citação acima, a herança que tão honrado personagem deixa a seu filho é não outra que seus mais íntimos desejos.
Estácio, filho do rico conselheiro, representa os frutos dessa sociedade, a vontade de tradição e de perpetuação das políticas dominantes vigentes. Helena, sua herança representa a mudança, o novo legado que chega para “abalar a estruturas”, para balançar a firme, estruturada, e tradicional família dos Vale. E Helena chega para dividir o amor também do melhor amigo do irmão, de nome Mendonça, que é criticado por Estácio por ter caído em pobreza e por ver sua bela irmã como mero interesse econômico.
A propósito do nome Estácio, que no dicionário significa uma gíria para “Palermo” ou “vítima de furto”, “tolo”, se caracteriza uma das