Ensaio Citizen Kane
Disciplina – Teoria da Notícia
Docente – Marisa Torres da Silva
Aluno – André Filipe Ribeiro Ferreira, nº 38060
Ensaio Crítico – Citizen Kane A ascensão do jornalista e a queda do Homem.
A análise de Citizen Kane é uma experiência profundamente enriquecedora. Welles é mestre na forma como nos apresenta um conjunto de planos cheios de simbolismo, e também na forma como constrói um filme fluido apesar de um argumento não linear. Essa fórmula foi encontrada recorrendo a analepses e a um leque de inovações técnicas que deram ao filme um lugar cativo na história do cinema. É também verdade que o grande impacto do filme se deveu ao seu próprio conteúdo, a história contada provocou um abalo no mundo do jornalismo sem precedentes. A forma como o jornalismo da época era permeável aos interesses pessoais e políticos, assim como as práticas pouco convencionais dos jornalistas, foram temas descritos duma forma crua e clara. Este é o primeiro aspeto que pretendo abordar neste ensaio, a forma como o surgimento da Penny Press e do Yellow Journalism moldaram a atividade jornalística da época. Ou por outras palavras, pretendo contextualizar e analisar esta atividade na segunda metade do seculo XIX, e explicar de que forma ela está presente no filme. Contudo, sendo evidente que o filme se reportou em grande parte a factos, é também verdade de que se tratou duma longa-metragem de ficção, e como tal é o próprio realizador e argumentista que criou o trama. Os personagens foram construídos de uma forma minuciosa, e o filme vai deixando pistas para que seja o espetador a montar o puzzle Charles Foster Kane. É também objetivo deste ensaio desmistificar Kane à luz de Rosebud, e entender como o Homem é o produto de várias circunstâncias, nomeadamente da educação e do meio social onde se insere. Esta segunda parte do trabalho é dedicada a Charles Foster Kane “o Homem” e não a Kane “o