Cidadão Kane e a Profundidade de Campo
APRESENTA:
UM FILME DE ORSON WELLES
CIDADÃO KANE
EM:
MISE-EN-SCÈNE
O ESPETÁCULO PARTICULAR DA PROFUNDIDADE DE CAMPO
“It’s terrific!”
8 DE MAIO DE 2012
Em 1941, era lançado o primeiro filme de Orson Welles, a primeira e mais conhecida obra do diretor feita no auge dos seus vinte e poucos anos. O filme figurou entre as maiores bilheterias daquele ano, ocupando a sexta colocação. Comparado com o que hoje se fala da obra, um verdadeiro fracasso. Os não tão estrondosos números talvez tenham se dado pelo empenho do jornalista William Randolph Hearst – que teria sido a inspiração para o personagem de Charles Foster Kane – em destruir o longa. Segundo a publicação britânica “The Independent” em sua edição "The greatest story ever told: Sixty years of Citizen Kane" de 28 de abril de 2001, o jornalista teria oferecido mais de oitocentos mil dólares para os estúdios RKO destruírem todas as cópias do filme e queimarem o negativo. Quando o estúdio não aceitou a oferta, Hearst proibiu todos os meios de comunicação que lhe pertenciam de publicar qualquer material que mencionasse Cidadão Kane. Além disso, vários cinemas acabaram não projetando a obra por medo de serem expostos por Hearst.
É claro que existia outro entrave para o sucesso imediato de Cidadão Kane: o longa era inovador demais para a época. A maioria das críticas era positiva, mas algumas viam a quebra das tradições hollywoodianas trazida por Welles como algo um pouco exagerado. No fim das contas, Orson Welles só foi ter seu filme avaliado como uma verdadeira obra-prima pela opinião geral quinze anos depois de sua estréia nos EUA. Mas o que de tão inovador Welles trouxe às telas? A verdade é que, de inédito, não se pode afirmar que o filme tenha realmente trazido algo. Cidadão Kane empregou recursos pouco utilizados ou não tão bem explorados em outras obras que já existiam, e o simples fato de ter conseguido usar tantos artifícios raros no mesmo longa com tamanha