Engenheiro civil
Blog | 19/07/2010 por Roberto de Souza - diretor do CTE
Nas consultorias que o CTE tem prestado nas áreas da qualidade, gerenciamento de obras e sustentabilidade para as empresas construtoras de pequeno, médio e grande porte em várias regiões do Brasil, uma questão tem sido colocada de forma recorrente pelas empresas: a inadequação do perfil atual do engenheiro de obras para enfrentar o mercado aquecido que estamos vivendo.
Observa-se que em função do crescimento acelerado das empresas, os antigos engenheiros, já capacitados, passaram a ocupar funções de gerência e direção das empresas construtoras, ficando a maioria da obras sob a responsabilidade de jovens engenheiros, ainda não totalmente qualificados.
De outro lado observa-se um atraso na entrega das obras, uma perda da qualidade e um descolamento dos custos de construção em relação ao INCC, base dos contratos, o que tem implicado na redução das margens de lucratividade das empresas incorporadoras e construtoras e pode afetar sua imagem perante os clientes e o mercado.
Este cenário coloca a qualificação dos engenheiros, os prazos, os custos e a qualidade das obras, como um risco para o negócio dos incorporadores imobiliários e das empresas de prestação de serviços de engenharia e execução de obras.
A meu ver, este risco só será minimizado pela valorização da engenharia e da gestão da produção. A correta organização do canteiro de obras, a racionalização de processos de gestão, o planejamento e o controle de obras, a inovação tecnológica, a qualidade das obras e o aumento da produtividade, eram questões que antes ficavam em segundo plano perante as atividades de incorporação e vendas. Hoje, ao contrário, afetam diretamente o lucro das empresas e devem estar na agenda competitiva das incorporadoras e construtoras.
Essa valorização da engenharia e da gestão da produção requer do engenheiro um perfil diferente do clássico estilo