Engenharia
A abordagem cornucopiana tem origem teórica no “tecnocentrismo” sustentado na racionalidade econômica e eficiência tecnológica. Os meios tecnológicos amenizam os problemas ambientais e promovem o bem-estar humano, como ressalta Sachs:
“Os cornucopianos confiam na capacidade de superar a escassez física e as consequências deletérias do lançamento de dejetos na biosfera por meio do ‘ajuste tecnológico’, deixando de perceber os limites da substituição do capital ‘natural’ pelo capital construído pelo homem” (SACHS, 1993:12).
A tecnologia pode ser usada para produzir em abundância e garantir a sobrevivência da espécie humana.
Nesta abordagem procuraremos destacar o trabalho de Esther Boserup (1987) que trata do problema da relação entre crescimento da população e produção de alimentos e analisa as transformações e inovações técnicas na agricultura e suas relações com o crescimento demográfico. Segundo esta conhecida pesquisadora social, o crescimento da população é variável independente da produção de alimentos e pode servir de estímulo ao desenvolvimento econômico.
Contrariamente ao pessimismo malthusiano quanto ao crescimento econômico elaborado por Malthus (1766 - 1834), e revisado em 1972, através do estudo intitulado ‘Limites do crescimento’ publicado por Dennis L. Meadow e outros autores que trabalhavam para o Clube de Roma, os cornucopianos defendem uma posição otimista com relação ao desenvolvimento econômico, confiando nos resultados da tecnociência para amenizar e até superar a escassez de recursos resultantes do crescimento econômico. De acordo com esta concepção o desenvolvimento tecnológico e científico verificado no início deste século aumentou a produtividade e a capacidade dos recursos naturais, possibilitando um melhoramento na qualidade de vida das pessoas. Entretanto, precisamos frisar que tal fato ocorreu apenas em algumas partes do mundo, especialmente na Europa e Estados Unidos.
Para abordarmos a