Energias
O histórico da implantação de tais empreendimentos registra custos ambientais e de reassentamento de populações atingidas, danos que foram muito subestimados e mesmo desconsiderados. Na época, não havia discussão prévia sobre as alternativas tecnológicas de geração de energia elétrica ou mesmo dos tamanhos e dos formatos dos lagos que seriam criados pelas grandes barragens.
As populações locais eram simplesmente notificadas de que a barragem seria construída e de que teriam que se mudar para outro local. Tais populações eram, muito freqüentemente, indenizadas por suas perdas de maneira totalmente inadequada, normalmente em processos de negociação bastante assimétricos.
Assim, com o passar dos anos, depois de várias experiências bastante negativas – entre estas a construção das hidrelétricas de Itaparica, Sobradinho, Balbina e Tucuruí (as duas últimas na Amazônia) – e de pressões sociais realizadas por movimentos ambientalistas e sociais organizados, o próprio setor elétrico passou a tentar incorporar algumas dessas organizações sociais no processo de concepção e construção de uma usina hidrelétrica.
Oposição da sociedade Os principais impactos negativos relacionados à construção e à operação de usinas hidrelétricas são normalmente sofridos por aqueles que viviam na área e que tiveram que se mudar. Na maior parte dos casos, as populações rurais reassentadas sofrem perdas consideráveis em seu padrão de vida, normalmente sequer se beneficiando da energia elétrica que começa a ser gerada. Além disso, as grandes hidrelétricas impactam, de maneira desigual, dependendo da região, nos meios físico, biótico e social de seus habitantes. Nesse sentido, é