Malinowski

1. Porque a troca dos objetos principais do Kula - braceletes e colares - não pode ser vista como uma simples troca comercial do tipo escambo?

A troca dos objetos principais do Kula não pode ser vista como uma simples troca comercial do tipo escambo ou gimwali, pois ao contrário deste, tal troca não possuía fins comerciais. Ademais, não se trocavam objetos de regiões alternativas, assim como ocorria no gimwali. O Kula utilizava de regras que eram estritamente respeitadas pelos seus integrantes. A troca se dava entre apenas dois tipos de objetos distintos, geralmente braceletes e colares, e eram realizadas em cerimônias que envolviam dois parceiros. Os produtos trocados tinham um valor simbólico, e cada um representava uma rota oposta uma da outra a se seguir. Além disso, havia a possibilidade de que os objetos entregues aos integrantes não fossem retribuídos imediatamente, podendo assim, demorar dias, meses até anos. Malinowski conta que quanto maior a quantidade de parceiros de cada integrante do Kula mais poder lhes era atribuído. Posto isto, justifica-se o porquê não podemos comparar uma simples troca comercial como o escambo, com um ritual complexo como o Kula.

2. Identifique de que modo se expressa o código moral nativo que regula as trocas entre os objetos principais do Kula.

O Kula consiste na troca periódica (mas não regular) de dois artigos destinados à ornamentação (braceletes e colares). Segundo Malinowski, os homens que participam do Kula recebem os artigos, conservam-nos consigo durante algum tempo e, por fim, passam-nos adiante. O Kula baseia-se num código moral sujeito a rigorosos limites e regras realizado por meio de uma parceria. A parceria entre os seus participante é permanente, para toda a vida, e implica diversos deveres e privilégios mútuos que variam conforme a distancia entre suas respectivas aldeias e status de cada um deles. O número de parceiros que um indivíduo pode ter varia de acordo com sua posição social e importância. O