Enclaves Fortificados
O texto começa citando um romance de Chico Buarque para dissertar sobre a questão das cada vez mais reclusas fortificações residenciais no universo da elite. Os condomínios fechados constituem o tipo mais desejável de moradia das altas classes nas metrópoles brasileiras, esse tipo de residência é analisado no capítulo “Enclaves fortificados: erguendo muros e criando uma nova ordem privada.”.
Os condomínios fechados são os mais novos empreendimentos na área do que o autor chama de “enclaves fortificados”, mudam consideravelmente o modo e a rotina de vida das classes média e alta que residem nesses conjuntos. É cada vez mais notável o aspecto de fortalezas que se assimilam a esses tipos de habitações, o isolamento físico e social feito a partir de imponentes muros e grades, voltando à atenção dos residentes para as ruas do condomínio, rejeitando a vida pública externa ao mesmo, a forte vigilância feita com guardas armados e sistemas de segurança, entre outras características dignas de um castelo medieval em pleno século XXI.
No texto é tratada a conferência de status que os enclaves fortificados proporcionam, e, como qualquer símbolo de status, são responsáveis por afirmação de diferenças e desigualdades sociais. Os "enclaves fortificados", que são espaços privatizados, fechados e monitorados, constituem-se como o principal instrumento desse novo padrão de segregação, justificado pelo medo do crime e da violência por parte da sociedade (elite) que se sente ameaçada e prefere abandonar os espaços de livre acesso e circulação, característica da vida urbana e do espaço públicos