Embate de Verdades
Mediante as transformações do meio científico, a forma mecanicista de lidar com as explicações naturais (a visão iluminista, a qual John Searle é adepto) se vê fortemente questionada pela influencia das questões sociais. Assim, a partir do momento que a lógica do método de se chegar às “verdades universais” se perde em contradições e formas limitadas de desenvolvimento de tais, eis que surge um paradigma que emerge com nova lógica e considerações que abrangem os conceitos dentro do campo sociológico e humano. A primeira tese do paradigma emergente é que "todo o conhecimento científico-natural é científico-social"( pag 61 boaventura). Ou seja, tais conhecimentos deixam de ser conceitos distintos e passam a ser interligados, sendo eles reconhecidos como complementares, ou melhor, correspondentes. Admite então, o valor humano, cultural e social dentro da mesma esfera dos objetos, matéria e natureza (antes monopolizados). Não existem mais duas esferas dissociadas entre a ciência social e natural, segundo Boaventura, elas se fundem em uma única ciência e em sincronia, constroem as teorias movidas pela paridade de relevância entre as duas ciências em constante comunicação entre si. A segunda tese do paradigma que surge é que "todo o conhecimento é local e total" (pag 73 boaventura). O conhecimento, segundo a ciência moderna, abre mão da disciplina do saber cientifico, se desfaz de uma tentativa de limitar a orientação do cientista. Quanto mais se incide e se aprofunda sobre uma matéria, objeto, mais rigoroso fica o conhecimento sobre tal. Então, o saber científico se torna total, pois quanto mais problemas existem para se resolver, mais problemas são criados e consequentemente o conhecimento prevê um efeito sem solução, do problema desconhecido e da sua criação (gerando novos consequentes problemas), proferindo seu valor total, universal. Sendo total, é também local, porque como é apontado na primeira tese, o conhecimento é