Elite Eclesiastica Brasileira
Por Adriano Rocha.1
Publicado pela primeira vez em 1988, o livro "A elite Eclesiástica Brasileira", de Sergio Miceli, professor de Sociologia na USP, a obra “é fruto de uma serie de investigações sociológicas sobre a classe dirigente no país, projeto que se iniciou com Intelectuais e classes Dirigentes no Brasil, agora discute, a transição do regime de padroado para um novo status político no regime republicano, oferece fontes para o estudo da elite eclesiástica brasileira, discute a expansão organizacional da Igreja e a ‘estadualização’ do poder eclesiástico, além de apresentar os prelados da aristocracia imperial, os bispos do patriciado decadente e os filhos da Igreja, finalizando com a gestão diocesana da República Velha”.
Durante a vigência do regime do padroado, o poder temporal avançou sobre os assuntos eclesiásticos, intervindo no Segundo Reinado. Em 1855, por exemplo, proibiu-se a admissão de noviços pelas ordens religiosas. Sete anos depois, impediu-se o ingresso no país de brasileiros ordenados no exterior. Por quase um século, não foram criados seminários no Brasil, e o governo exercia rígido controle sobre os conteúdos curriculares nas casas de formação.
As autoridades públicas também davam também sua contribuição sobre a criação de paróquias, como na divulgação de documentos pontifícios e a indicação de bispos. Na década de 1870, ouve um confronto entre os prelados brasileiros, interessados em exercer suas prerrogativas canônicas, e o governo imperial. Em meio a essas, discursões ainda que não escandalosa, foi implantado o regime republicano. A elite eclesiástica conquistou sua autonomia, mas, ao mesmo tempo, perdeu os muitos benefícios governamentais com os quais contava para desenvolver suas atividades.
As lideranças da Igreja viram-se na obrigação de desenvolver urgentemente mecanismos que garantissem renda à instituição. Sem dinheiro em caixa e sem patrimônio físico, não havia como desenvolver o