eleição e reeleição
Candidatos devem convencer os eleitores sobre sua capacidade de governar e atender às expectativas. Por esse motivo, a possibilidade de recondução ao cargo tem papel decisivo na formulação de políticas públicas. Se o político extrai benefícios ao ocupar um cargo público, procurará maximizar a probabilidade de ser eleito.
Caso o político pretenda manter sua função através da reeleição, ele tem incentivos para se alinhar às preferências do eleitorado, em detrimento de suas próprias.
O objetivo desse trabalho é analisar o efeito do esforço de prefeitos em adquirir uma reputação com eleitores durante a reeleição no contexto de gastos municipais na saúde em ano eleitoral. Analisamos o padrão municipal destes gastos nos anos eleitorais 2000 e 2004, os dois primeiros períodos eleitorais em que a emenda da reeleição esteve em vigor para municípios. Apesar de haver outras tentativas de se verificar ciclos eleitorais no Brasil, não encontramos nenhuma análise na literatura do tema a partir de amostra de municípios brasileiros.
A literatura sobre o problema de agência política é bastante extensa. Existem ao menos duas correntes teóricas que tentam explicar o papel das eleições no resultado da política pública. A primeira segue Rogoff e Silbert (1988) e Rogoff
(1990), e foca em ciclos políticos orçamentários. Segundo essa linha, ciclos econômicos e ciclos eleitorais coincidem porque o governante, não importando partido ou ideologia, quer sinalizar ao eleitor que é um administrador eficiente. O ciclo orçamentário ocorre devido à assimetria de informação temporária sobre o tipo do governante. Como o eleitor não sabe exatamente o tipo do seu governante, este último é incentivado a aumentar gastos em itens mais visíveis e diminuir gastos em outros, como