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R. PEIXE, O MESTRE ESQUECIDO
Raimundo Braga de Almeida, o R. Peixe foi o mais popular e eclético artista plástico do Amapá que se tem notícia. Muitas de suas obras ainda estão dependuradas em importantes repartições públicas do Governo Estadual e da Prefeitura Municipal, além de edifícios federais e nas paredes de casas particulares, cujos donos sabiam da importância de seus trabalhos e os colecionavam. Nas exposições realizadas nas décadas de 60, 70 e 80, sempre com o apoio governamental, seus quadros já saíam praticamente todos vendidos ou reservados, pois nesse período se valorizava muito as paisagens amazônicas, uma temática comum utilizada por ele. R. Peixe também produziu centenas de paisagens urbanas, nas quais os aspectos da fortaleza de São José eram evidenciados, bem como a velha igreja, a doca, a dança do marabaixo e retratos de personalidades locais.
Quem chegava a Macapá por avião logo via um imponente painel no aeroporto internacional retratando a cidade, vista sob o ângulo principal do forte, e o admiravam, como se fosse um convite para conhecer o belo monumento militar construído pelos portugueses no século XVIII. O Palácio do Governo possui um painel semelhante. O Tribunal de Contas do Estado é todo decorado com obras interessantes desse artista. Infelizmente não há como saber a quantidade de obras porque muitas foram roubadas por administradores inescrupulosos. Talvez com a implantação do Museu da Imagem e do Som que o Governo pretende montar em breve seja feito um levantamento das obras artísticas compradas por ele.
Apesar de ter falecido há pouco tempo quase nada se tem ouvido falar desse importante artista. Suas obras abrangem a escultura, a pintura e o desenho, embora tenha iniciado sua vida como fundidor de objetos de alumínio e ferro e depois se especializado em modelagem de gesso. Ao vir para Macapá em 1952, depois de muito lutar conseguiu emprego na antiga Olaria Territorial,