Eja - alfabetização
A Educação de Jovens e Adultos está no centro do debate sobre a exclusão social e a desmoralização do ensino, pois mais que uma questão de escassez educacional, insuficiência ou inexistência de escolaridade, o analfabetismo é um fenômeno de exclusão social e de marginalização econômica, de compulsório afastamento político e de privação dos benefícios sociais, dos direitos civis e da falta de acesso às várias formas de expressão da cultura.
É preciso banir a idéia de EJA como um trabalho emergencial, como se os resultados do processo educativo pudessem ser imediatistas. Dessa forma, criam-se os projetos provisórios, transparecendo o conceito de que qualquer pessoa é capaz de desempenhar a função de educador de adultos, como se não necessitasse de formação, especificidade e atualização. É preciso lembrar que a educação é concebida como processo e requer preparação, execução e avaliação.
Além disso, a Educação de Jovens e Adultos não pode mais se limitar a reproduzir o que se faz no ensino regular, realizando meras transposições de modelos, sem a devida atenção às especificidades da população jovem e adulta. Repetir para os adultos uma versão comprimida dos conteúdos da escola destinada a crianças e adolescentes é um engano.
Nesse enfoque, deve ser seguido um caminho que leve em conta as experiências da pessoa adulta, valorizando e reconhecendo seus conhecimentos implícitos. Um dos principais passos para o trabalho com os alunos do EJA é a valorização do conhecimento prévio e o reconhecimento destes como portadores de cultura e saberes. São pessoas que estão voltando para a escola, muitas vezes em busca da educação que o mercado exige. Chegam cansados depois de um dia de trabalho, têm pouco tempo para se dedicar aos estudos, mas chegam também com muitas histórias e vivências.
Os alunos são, na maioria das vezes, rotulados como “incapazes para o aprendizado”, pois a formação do professor de Educação de