ALFABETIZAÇÃO NA EJA DO CAMPO: A PROCURA DE UMA IDENTIDADE.
Segundo o filósofo alemão Friedrich W. Nietzshe, “... a importância do conhecimento para a vida deve aparecer tão grande quanto possível”. O caminho para a educação de jovens e adultos do meio rural deve ter com eixo central o homem do campo e as suas especificidades. O analfabetismo no Brasil vem sendo tratado, ao longo das últimas décadas, de diferentes maneiras. Porém, quase todos os projetos que tentaram erradicar, ou até mesmo, minimizar o problema no país, não alcançaram êxito. O formato, ou o caminho pelo qual a maior parte dos modelos de educação de jovens e adultos trilha, apenas refletia as ideologias do Estado, em um tipo de educação, chamada por Freire de “bancária”, onde o conhecimento é baseado em conteúdos que são “depositados” no sujeito sem levar em conta o contexto do educando, o que justificaria o seu fracasso.
O meio rural apresenta características peculiares, bem como o homem que vive neste ambiente. Qualquer forma de educação, que não leve em consideração essas singularidades, estará fora do contexto destes sujeitos, portanto, não apresentará significação suficiente para que se concretize como processo de aprendizagem.
Na contramão deste tipo de educação tradicional, o Programa Nacional de Alfabetização, proposto por Paulo Freire, apontava como uma possível solução para os problemas da EJA, uma vez que tratava da transformação da realidade do sujeito através da participação ativa do mesmo em seu processo de aprendizagem. A suspenção do programa pelo governo militar, em face aos seus interesses opressores, impede maior análise da eficácia do projeto.
No entanto, o legado deixado por Freire (suas obras, seus métodos de alfabetização), assim como a ascensão dos movimentos sociais, que tem nos seres humanos o centro de sua ação, demonstra que a via mais correta para educar jovens e adultos, segundo características especificas, está, ou pode estar próxima.
Diante do exposto, as