Educação
O elemento comum que entrelaça os movimentos sociais com a educação é a cidadania. No entanto, este termo tem diversas abordagens tanto do ponto de vista teórico-metodológico quanto do processo de mudança e transformação da sociedade. No liberalismo, a questão da cidadania aparece associada á noção dos direitos. Trata-se dos direitos naturais e imprescritíveis do homem (liberdade, igualdade perante a lei e direito à propriedade), e dos direitos da nação. O homem era esclarecido para escolher seus representantes, com conhecimento de causa, independente das pressões e era ainda, acima de tudo, um proprietário de terras e imóveis. Além disso, estabelecia que somente os burgueses tivessem direito à plena liberdade e à plena cidadania.
De acordo com Locke, teórico liberal, há uma diferenciação de direitos entre a classe trabalhadora e a burguesia, pois a primeira, acostumada com o arado e a enxada era incapaz de ter idéias sublimes. Por isso, a educação para a cidadania era sem importância para a classe trabalhadora, uma vez que ela não tinha qualidades para ser cidadã. O fundamental estava numa reforma política, onde o homem se tornasse sujeito histórico capaz de modificar a realidade.
À medida que o capitalismo se consolida as lutas sociais vão deixando de ser apenas pela subsistência e surgem concepções alternativas dos direitos. A educação volta a ser pensada pelas classes dirigentes como mecanismo de controle social e os teóricos da economia política passam a recomendá-la para evitar desordens.
Adam Smith justifica, assim, a necessidade da educação em função da divisão do trabalho. Seria competência do Estado facilitar, encorajar e até mesmo impor a toda população a importância do aprendizado mínimo às necessidades de capital. O pressuposto básico era de que o povo instruído seria ordeiro, obediente os seus superiores e não presa de crendices e superstições religiosas e místicas. O essencial não era