educação
(Bernard Charlot)
Tendência liberal O caminho percorrido até aqui foi suficiente para concluirmos que a escola não é uma ilha separada do contexto histórico em que se insere. Ao contrário, ela está comprometida de forma irreversível com o ambiente social, econômico e político.
Vimos, no Texto 3, que não existe educação neutra, porque a instituição escolar se compromete no jogo de forças de poder que caracteriza a política de cada época. Ninguém se mantém apolítico, já que essa postura significa, em última análise, aceitar os valores vigentes, ou seja, assumir a posição política conservadora. Daí a importância de se ter clareza a respeito das tendências políticas de toda prática, inclusive a educativa.
Para encerrar esta Unidade, que trata das relações entre educação e filosofia, depois de ter analisado os pressupostos antropológicos, axiológicos e epistemológicos, passaremos agora a considerar os pressupostos políticos subjacentes à práxis educativa.
Em função de vivermos numa sociedade capitalista, começaremos abordando a tendência liberal para, em seguida, examinarmos a crítica feita à estrutura burguesa pelas diversas tendências socialistas.
Escola liberal não significa, como geralmente se pensa, uma escola “aberta”, “avançada”, mas refere-se à educação proposta pelo liberalismo, teoria política e econômica do capitalismo burguês. Na verdade, deveríamos falar em liberalismos, tantas foram as modificações que se fizeram necessárias ao longo desses séculos, a fim de enfrentar as dificuldades encontradas.
A burguesia surge ainda durante a Idade Média, a partir dos segmentos dos comerciantes e