educação
O texto de Roland Barthes fala do poder da língua, do poder de influenciar os menos favorecidos intelectualmente: “Alguns esperam de nós intelectuais, que nos agitemos a todo momento contra o poder; mas nossa verdadeira guerra está alhures: ela é contra os poderes, e não é um combate fácil: pois, plural no espaço social, o poder é, simetricamente, perpétuo no tempo histórico: expulso, extenuado aqui, ele reaparece ali; nunca perece; façam uma revolução para destruí-lo, ele vai imediatamente reviver, re-germinar no novo estado de coisas”. O poder é como a guerra, ela nunca tem fim: guerra do Vietnã, das Malvinas, do Golfo Pérsico, do Golfo Pérsico II. A guerra só tem fim para os que morrem (Platão).
Sobre o poder da linguagem no uso cotidiano, Barthes afirma que:
“A linguagem é uma legislação, a língua é seu código. Não vemos o poder que reside na língua, porque esquecemos que toda língua é uma classificação, e que toda classificação é opressiva: ordo quer dizer, ao mesmo tempo, repartição e cominação. (...) Assim, por sua própria estrutura, a língua implica uma relação fatal de alienação. Falar, e com maior razão discorrer, não é comunicar, como se repete com demasiada freqüência, é sujeitar: toda língua é uma reição generalizada.”
“Mas a língua, como desempenho de toda linguagem, não é nem reacionária, nem progressista; ela é simplesmente: fascista; pois o fascismo não é impedir de dizer, é obrigar a dizer.
Assim que ela é proferida, mesmo que na intimidade mais profunda do sujeito, a língua entra a serviço de um poder.”
Como exemplo do fascismo da língua, pode-se citar os trabalhadores de uma empresa sendo orientados pelo sindicato sobre a exploração patronal. O chefe, impedido de participar das assembléias, impede também os seus funcionários, tentando desmotivar os companheiros a participarem. Ele os oprime, porém, na realidade quer que os