Educação
Boa leitura!!
O que é o “trabalho social” no ensino de Arte? Qual é a função social do ensino de Arte? Qual é a atuação social do artista e do professor em sala de aula? O que seria uma abordagem “social” nas aulas de Arte?
Essas são questões importantes e complexas que muitas vezes são ignoradas, respondidas ingenuamente ou não respondidas. Afinal, o que é e o que está por trás da expressão “trabalho social” vinculado ao ensino de Arte?
Com a proliferação de “projetos sociais” voltados para a arte, com o crescente apoio por parte de empresas e do governo a artistas independentes, grupos e companhias de dança que dizem “trabalhar com o social”, o que significa concretamente essa troca: o artista (independente ou por meio de uma ONG) faz um “trabalho social” ensinando arte, o governo libera verbas em nome desta “contrapartida social”?
Iniciaremos essa reflexão - sem nenhum compromisso em esgotá-la - com uma questão crucial: o que é “trabalhar com o social no ensino de Arte”?
É dar aulas de arte graciosamente para as crianças pobres?
É montar espetáculos grandiosos com os eleitos dos grupos de favelas?
É participar voluntariamente dos programas de arte pós-escola?
É fazer com que no final do projeto todas as crianças sejam artistas?
É trocar a participação da criança na arte por comida ou nota na escola?
Para abordarmos os termos iniciais dessa reflexão - “ensino de Arte” e “questão social” - é importante sabermos que estar perto dos desprivilegiados e fazer arte com eles não significa necessariamente que estejamos tocando, muito menos transformando, as questões sociais. Visão de arte, aulas e metodologias tradicionais, por exemplo, contribuem mais para a alienação e perpetuação do sistema desigual do que para qualquer mudança.
Vale perguntar, então, quem se beneficia com o “trabalho social”, com a “contrapartida social” quando, em