Educação
Adolescentes institucionalizados: O papel das figuras significativas na predição da assertividade, empatia e autocontrolo (*)
CATARINA PINHEIRO MOTA (**) PAULA MENA MATOS (***)
INTRODUÇÃO O domínio afectivo e emocional das crianças e jovens institucionalizados em Portugal parece constituir uma temática ainda em crescimento no que se refere ao desenvolvimento de estudos empíricos. À luz da teoria da vinculação, o processo de institucionalização pode ser acompanhado de sentimentos de perda, abandono e solidão na medida em que implica o confronto com a
(*) O presente estudo integra um projecto de investigação mais alargado financiado pela FCT (Refª. PTDC/PSI/65416/2006). (**) Psicóloga Clínica. Professora Auxiliar da Univ. de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD). Departamento de Educação e Psicologia – Edifício do CIFOP – Rua Dr.Manuel Cardona, Apartado 1013, 5001-558 Vila Real; Investigadora do Centro de Psicologia da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto. E-mail: catppmota@utad.pt (***) Professora Auxiliar da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto, Rua Dr. Manuel Pereira da Silva, 4200-392 Porto, Portugal; Tel. +351226079700; Fax. +3512260 79725; Investigadora do Centro de Psicologia da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto. E-mail: pmmatos@fpce.up.pt
realidade de negligência e insensibilidade parental. A carência de uma base segura1 potencia um mecanismo de insegurança emocional que poderá conduzir a trajectórias desenvolvimentais desadaptativas (Grossmann & Grossmann, 2004). No entanto, mesmo quando em presença de cenários de maus tratos, ou da percepção de negligência parental, seja ela de qualquer ordem, percebe-se que para os jovens, o estar inserido num seio familiar é de alguma forma um factor de organização interna e de protecção (Magalhães, 2004). Consideramos que conceber o modo como estes