Educação

NOVE NOITES: Uma breve leitura sobre o real e o fictício em um romance contemporâneo

André de Oliveira Melo1
[...] o segredo, sendo o único bem que se leva para o túmulo, é também a única herança que se deixa aos que ficam [...] (CARVALHO, 2006, p. 6.)

Resumo: o presente trabalho nos convida a fazer uma leitura crítica sobre a obra Nove Noites de Bernardo Carvalho, que versa sobre o suicídio de um antropólogo norte-americano, ocorrido em 1939, na Amazônia. Nesta análise, daremos ênfase na narrativa no desejo de compreender como o autor lida com fatos reais, imaginação e fictísmo no sentido, que se torna quase que uma obsessão dele, de desvendar um mistério – a morte de um jovem antropólogo de 27 anos.

Palavras Chave: romance – realidade – fictísmo e imaginação

1. Introdução Propomo-nos a fazer um ensaio sobre a obra Nove noites de Bernardo Carvalho, principalmente no que diz respeito ao papel do narrador. Bernardo Carvalho inova a literatura com sua postura pouco convencional de um romance, comumente conhecido em sua estrutura textual. O ponto de partida é o suicídio do antropólogo Buell Quain, um jovem antropólogo que conviveu com os índios Krahô, na década de 1930 na Amazônia, Brasil. Observaremos que o autor, não narra sozinho na história de Buell Quain, existe um segundo narrador que dar suporte ao primeiro, pois a partir do relato do mesmo e com as pistas, Carvalho tenta desvendar os reais motivos que levaram o antropólogo Buell Quain a se suicidar. Didaticamente, dividiremos este ensaio em duas partes: a primeira com o subtítulo “ O narrador em suas várias facetas” com o propósito de mostrar a criatividade do autor no que diz respeito a ação e não ação dentro do romance. O segundo “o fictísmo e o imaginário” que nos faz debruçar sobre a sofisticação do Romance em articular tempo, espaço, narrador e trama em tempos distintos, cronologicamente.

1. O narrador em suas varias facetas no Romance Nove Noites
Nove noites narra à