Educação
Os problemas da educação brasileira são tantos e tão graves que fica difícil prever seu futuro.
A gravidade do sistema é tal que, para percebê-la, basta focarmos nos últimos números oficiais do Ministério da Educação: 38% dos brasileiros podem ser considerados analfabetos funcionais, ou seja, não conseguem utilizar a leitura e a escrita na vida cotidiana. Pior ainda: 8% dos brasileiros são absolutamente analfabetos.
O analfabetismo está longe de ser o único problema da educação do país, embora seja o maior reflexo da complexidade da situação. Ainda é grande a quantidade de crianças em idade escolar fora do contexto educacional e persiste a seletividade da escola brasileira (quando boa parte de nossas crianças é expulsa dos bancos escolares, o que se deve, entre outros fatores, à inadequação do calendário escolar). Outros problemas relevantes insistem em atormentar o quadro educacional do país: o número insuficiente de prédios escolares (inadequados para o ensino em sua essência).
Com tantos desafios, cabe outra indignação: a escola é justa ao encher as cabeças dos alunos com conteúdos que pouco interessam? É correto exigir tanto esforço dos discentes por quase nada. Afirmamos que não cabe mais aquela escola tradicional, onde professores ensinam com base em um programa pré-estabelecido, programa este normalmente ditado por pessoas há muito fora das salas de aula. Não cabe mais o ensino fragmentado e fragmentador. O conteúdo, o método e a gestão escolar precisam ser aperfeiçoados evolutivamente para que tenhamos perspectivas na educação, para que saiamos do “faz de conta”. Uma nova visão de ser humano deve ser inserida no aluno, caso contrário este a obterá fora dos bancos escolares.
Foi-se o tempo da escola pública reconhecida. Foi-se o tempo em que a escola particular era ruim. A pública perdeu-se no tempo; a particular ganhou o seu espaço.