Educação a distância
issn 1649 ‑4990
Limites e possibilidades das TIC na educação
Guilhermina Lobato Miranda gmiranda@fpce.ul.pt Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Lisboa
Resumo:
Neste artigo começo por clarificar o conceito de Tecnologia Educativa e termos afins. Se‑ guidamente analiso os resultados mais conclusivos da investigação neste domínio, para depois descrever projectos em que estive envolvida e onde a tecnologia foi usada para produzir inovação. Não refiro nenhuma “experiência revolucionária” a nível cognitivo e educacional, pois as tecnologias não conseguem tal feito.
Parte da educação das novas gerações tem de ser conservadora, i.e., tem de passar o testemunho e o conhecimento construído pelas gerações anteriores. Os conhecimentos disciplinares são a condensação exemplar do esforço e talento humanos. Como podem as tecnologias apoiar na transmissão e aquisição destes conhecimentos? Não será neces‑ sário que as novas gerações, além de saberem usar a tecnologia, saibam e tenham sobre ela um discurso informado e racional? Não é este também o papel da escola? Estas são algumas das questões que orientam a minha reflexão.
Palavras‑chave:
Tecnologia Educativa, Tecnologias da Informação e Comunicação, Aprendizagem e En‑ sino, Ambientes Virtuais de Aprendizagem.
Miranda, Guilhermina Lobato (2007). Limites e possibilidades das TIC na educação. Sísifo. Revista de Ciências da Educação, 03, pp. 41‑50.
Consultado em [mês, ano] em http://sisifo.fpce.ul.pt
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Introdução
Definições
Os seres humanos têm uma tendência, que diria natural, para simplificar a informação que recebem do meio. Criam categorias e associações de modo a memorizar e compreender o que se passa à sua volta. Uma das associações mais recorrentes em educação é a de juntar ensino e aprendizagem. Com razão. Porque o objectivo de quem ensina é