Educação Indigena
Refletir sobre educação indígena é muito importante no momento histórico em que vivenciamos a década dos povos indígenas. Conforme Meliá (1979), a educação indígena está mais perto da noção de educação, enquanto processo total. A convivência e a pesquisa mostram que para o índio a educação é um processo global. A cultura indígena é ensinada e aprendida em termos de socialização integrante. Os educadores do índio tem rosto e voz; têm dias e momentos; tem materiais e instrumentos; têm toda uma série de recursos bem definidos para educar a quem vai ser um indivíduo de uma comunidade com sua personalidade própria e não elemento de uma multidão.
Isto quer dizer que cada sociedade indígena dispõe de seu próprio processo de educação e de transmissão dos seus conhecimentos tradicionais, não necessitando da interferência de terceiros, exceto nos casos em que esses processos tenham sido destruídos e requeiram registros externos para ser, em alguma medida, reconstruídos.
A necessidade de educação escolar, admitida e reivindicada pelos povos indígenas, provém do sistema multiétnico (Barros, 2000). Entretanto, seu sentido se altera de acordo com as outras variáveis oriundas das diversidades sócio-culturais, decorrentes do aprofundamento das relações de contato, como falar e escrever em português ou fazer operações matemáticas, que demandam serviços de educação escolar quando solicitados por comunidades indígenas interessadas. Esse interesse é imprescindível, pois não faz sentido impor a outra cultura informações estranhas que ela não necessita.
Portanto, a educação tem que fazer a ponte entre a sociedade indígena e a não indígena, para que os índios tenham acesso às informações e tecnologias modernas e tenham assegurado a liberdade de escolher o que eles querem adotar e o que não querem.
Referências bibliográficas
BARROS, Edir Pina de. Reflexões sobre Educação Escolar Indígena na Conjuntura Atual.