Educação indígena
Na última década, houve avanços significativos na política para a educação indígena. A começar pelo reconhecimento à escola como um direito e não mais um serviço de assistência, ressalta Gersem Baniwa, coordenador geral de educação escolar indígena do Ministério da Educação (MEC).
Hoje, todos os indígenas brasileiros estão em escola. São 2.836 escolas e 200 mil estudantes da educação básica, segundo dados do censo escolar de 2010. “Não foi fácil, mas a universalização foi atingida. O desafio agora é garantir a qualidade do ensino”, afirma.
Falta ainda melhorar a infraestrutura de escolas e continuar o processo de formação superior de professores indígenas, iniciado em 2003. Atualmente, 30% das escolas estão com problemas. Dos 12 mil professores indígenas, 5 mil já têm curso superior ou estão na graduação.
Outro desafio é ampliar o material didático, que é específico para as diferentes comunidades indígenas. “Conseguimos produzir 150 títulos, mas é um número pequeno. Temos 234 povos indígenas no Brasil, com seus costumes e tradições”, diz. Para se ter ideia da complexidade da educação escolar indígena, são 180 línguas faladas por esses povos no Brasil.
A conquista do direito a uma educação diferenciada teve início no Brasil, em 1988, com a Constituição Federal. O parágrafo 2º do Artigo 210 assegura aos povos indígenas o ensino fundamental em língua portuguesa, além da utilização de suas línguas maternas. A Constituição avança também no ensino da História do Brasil, que passou a levar em conta as contribuições das diferentes culturas e etnias para a formação do povo brasileiro.
Antes, explica Susana Grillo, da Coordenação de Educação Escolar Indígena do MEC, os livros de História traziam apenas a visão romantizada do indígena brasileira. “Eram geralmente tratados no passado e citavam, quase sempre, os tupinambás que moravam em ocas, que formavam a aldeia. Eles já estão extintos há muito tempo e são muito diferentes da realidade e