Educação especial
DISCIPLINA: PROCESSOS INTERATIVOS
Educação escolar de deficientes mentais: Problemas para a pesquisa e o desenvolvimento
Maria Teresa Eglér Mantoan*
Neste estudo partimos dos mais recentes desenvolvimentos conceituais em deficiência mental para discutir os rumos e as necessidades atuais da pedagogia, em pesquisa e desenvolvimento. Abordaremos os desafios suscitados pelo processo interativo entre os fatores externos e internos responsáveis pela produção das inadaptações intelectuais, na escola; enfocaremos, igualmente, a capacitação dos professores para enfrentar essa situação no ensino regular fundamental. O pano de fundo de nossas considerações será o paradigma da inclusão, aplicado à realidade escolar.
Desenvolvimento conceitual
A última revisão da definição de deficiência mental da AAMR, bastante recente (Luckasson et alii 1994), propõe que se abandonem os graus de comprometimento intelectual, pela graduação de medidas de apoio necessárias às pessoas com déficit cognitivo e destaca o processo interativo entre as limitações funcionais próprias dos indivíduos e as possibilidades adaptativas que lhes são disponíveis em seus ambientes de vida. Essa nova concepção da deficiência mental implica transformações importantes no plano de serviços e chama a atenção para as habilidades adaptativas, considerando-as como um ajustamento entre as capacidades dos indivíduos e as estruturas e expectativas do meio em que vivem, aprendem, trabalham e se aprazem.
A identificação dos perfis de apoio começam a levar em conta não apenas os tipos e a intensidade de tais apoios, mas os meios pelos quais a pessoa pode aumentar sua independência, produtividade e integração no contexto comunitário e entre seus pares da mesma idade.
A evolução dos conceitos de incapacidade e inadaptação, em que esta última é resultante da interação entre os hábitos de vida da pessoa e os obstáculos impostos pelo meio,