Educação escolar e culturas: construindo caminhos
Os autores do referido artigo defendem a necessidade de currículos pautados por justiça curricular, entendendo-a como o grau em que os currículos contribuem para reduzir diferenças e desigualdades sociais. Em outras palavras, sustenta que, além da preocupação com a desigualdade econômica, a escola e o currículo precisam levar em conta a pluralidade cultural de nossa sociedade, buscando desafiar as relações de poder que produzem e preservam as diferenças. Discute a centralidade da cultura na sociedade contemporânea, analisa estratégias pedagógicas para lidar com a pluralidade cultural e apresenta pontos a serem incluídos na formação de professores(as) multiculturalmente orientados.
O debate entre a questão da diversidade e da alteridade e o papel assumido pela escola, em referência ao ensino num contexto multicultural, tem-se ampliado nos últimos anos em decorrência de novas pesquisas relacionadas à construção de um currículo e de uma linguagem crítica que desmistifique visões eurocêntricas do conhecimento escolar. No âmbito das pesquisas realizadas no Brasil, o multiculturalismo desperta interesse tanto para o sociólogo quanto para antropólogos e educadores que discutem a construção de um currículo emancipatório que propicie discussões sobre as diversidades culturais presentes no espaço escolar.
O grande desafio na era da globalização, enfrentado pela escola é a diversidade cultural onde amplia-se o multiculturalismo; evidenciando o preconceito e a descriminação caso não seja conduzido de modo que o pluralismo de idéias seja encaminhado através da justiça curricular.
Connell (1993) pauta a justiça curricular como uma estratégia pedagógica que produz o sistema educacional, de forma a compreender qual a proporção de relação com a preservação de diferenças e desigualdades.
A proposta curricular deverá ser invado e dinâmica, sem distinção de classes para não gerar preconceitos e estigmatizar relações.