Educação do Campo
“A educação do campo com suas características, necessidades próprias e pluralidade como fonte de conhecimento é um direito e uma oportunidade que o Estado Democrático deve assegurar a todas as pessoas que vivem e trabalham no campo”.
“Diretrizes Operacionais para a Educação Básica nas Escolas do Campo”
Historicamente o campo brasileiro é negligenciado pelo poder público, principalmente no que se refere a políticas públicas relacionadas à educação. Esse fato condicionou a história da educação escolar no campo a um patamar inferior a educação existente na cidade, deixando como herança um quadro de precariedades no funcionamento das escolas camponesas: falta de materiais disponíveis para o trabalho pedagógico, a infra-estrutura e os espaços físicos inadequados, as escolas mal distribuídas geograficamente, a falta de condições de trabalho, salários defasados, ausência de formação inicial e continuada adequada ao exercício docente no campo e um ensino descontextualizado à vivência no campo. Isso acasionou, entre outros problemas, o aumento significativo do analfabetismo, sendo ainda hoje uma das localidades geográficas com maior índice de analfabetos do Brasil.
Durante a década de 70, passou a vigorar no estado brasileiro a concepção neoliberal de “desenvolvimento”, na qual o campo foi ainda mais desconsiderado, negado e abandonado. Através dessas concepções de modernização o campo passa a ser alvo de expeculações por parte dos grandes produtores, proprietários de terras e o estado com iniciativas de implementação da mecanização do campo, e o incentivo do agronegócio, provocando com isso a expulsão dos camponeses do seu meio de produção que é a terra, ocasionando significamente o esvaziamento do campo com o êxodo rural.
Diante disso, foram surgindo ao longo dos anos, iniciativas de luta por parte dos movimentos sociais do campo, na perspectiva de resistência e persistência de continuidade na terra, através desta nasce à necessidade de se pensar