Educação de Jovens e Adultos no Brasil
A construção de um aparato estatal voltado à educação de jovens e adultos no Brasil surge como resultado à reação a um processo histórico de desenvolvimento econômico concentrador de renda e excludente no que diz respeito ao acesso aos instrumentos responsáveis pela criação de uma cidadania plena (com especial destaque, porém não somente, para a educação).
Assim, no bojo do movimento de redemocratização e da promulgação da Constituição Cidadã de 1988 é que se pode entender o surgimento de iniciativas estatais para fomentar a Educação de Jovens e Adultos (EJA).
Esta modalidade de educação regulamentada pela nova LDB 9.394/96. Segundo o Art.37 da referida lei, a educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria.
Inicialmente, a proposta do EJA era apenas de alfabetizar as pessoas que não tiveram essa oportunidade dentro da idade ideal. Esse conceito limitado de alfabetização já se tornou ultrapassado e a inserção dessas pessoas na rede de ensino tomou uma proporção muito maior. Dentre tantas mudanças, podemos citar a preparação desse aluno para o mercado de trabalho. Assim, segundo as diretrizes atuais sobre as quais se pautam o EJA, muito mais do que ensinar a ler e escrever é preciso ter uma proximidade que traga confiança e mostre um vislumbre do que essa oportunidade pode mudar na vida dessas pessoas, que em sua grande maioria fazem parte das camadas menos favorecidas e excluídas socialmente e politicamente.
É necessário que se alfabetize, mas o grande desafio é ensinar a aprender, questionar, construir um cidadão crítico, que tenha autonomia para opinar com uma visão econômica, política e social. Do contrário, somente mudaremos a condição de analfabeto para analfabeto funcional.
Assim, em um país, onde a desigualdade ainda é o traço marcante da sociedade,