Educação anti-racismo
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
SÃO CRISTÓVÃO, DIAS 05, 06 E 07 DE AGOSTO DE 2009
EDUCAÇÃO ANTI-RACISTA: CAMINHO PARA A FORMAÇÃO IDENTITÁRIA
DE ESTUDANTES NEGROS
Diana Viturino Santos
Pedagogia- UFS (dianaviturino@yahoo.com.br)
INTRODUÇÃO
[...] uma aluna do 6º ano, negra, (tem por volta de 10 anos) [...] em uma determinada aula sobre a vinda dos africanos para Sergipe disse que não era negra, em alta voz para que todos os colegas ouvissem. Os colegas discordaram, ela ficou irritada. Foi quando eu intervir falando da importância do negro e sua contribuição na história do Brasil- Sergipe; e as heranças deixadas pelos mesmos na nossa cultura. A aluna nesse momento já estava mais calma (não gritava mais), chegou até a se envolver com a aula, exemplificar comidas e palavras de origem negra, mas ainda não se assume enquanto negra, até o presente momento. Em uma aula após essa aluna me perguntou: “tia, eu sou negra?” Eu respondi que ela é quem tinha que responder essa pergunta, por que ser negro não é somente uma questão de cor de pele. E disse a ela que eu era negra! A aluna ficou em silêncio, e eu dei prosseguimento à aula.
(Relato de uma professora de História, da rede particular de ensino)
Como bem expôs a professora, ser negro ou não, vai além da cor da pele, é identificar-se enquanto negro, sentir-se pertencente a esse grupo racial, orgulhar-se de sua história, de sua cultura.
A experiência relatada por essa educadora ocorre frequentemente no interior das instituições de ensino espalhadas por esse país, milhares de crianças e adolescentes, ao internalizarem a ideia negativa que foi criada sobre o negro e difundida pela mídia e pelos grupos sociais aos quais estão inseridos, como a família, a Igreja, o trabalho e até mesmo a escola, sentem dificuldade e vergonha em se assumir enquanto negros (as). Com isso, o objetivo desse artigo é propor reflexões sobre a