Educaçaõ inclusiva
Sabemos que existe preconceito quanto ao deficiente, seja qual for o problema ou o grau de deficiência apresentado. É longa a história de sua marginalização em nossa cultura. Felizmente, hoje, tenta-se minimizar os efeitos de tantos anos de exclusão. Alguma evolução se percebe a partir da compreensão do que é a "deficiência". Substituir "deficiente" por "especial" modifica um pouco a situação da criança, pois altera a nossa atitude quando compreendemos que existem necessidades especiais. Pensando assim, a criança portadora de necessidades especiais em uma sala de aula normal tem a chance de se sentir reconhecida. Um reconhecimento que humaniza.
Há quinze anos, quando ainda não se ouvia falar na pedagogia da inclusão, tive a oportunidade de iniciar minha atividade como psicóloga na Escola Carlos Saloni, em São José dos Campos. Nesse período, com total apoio da Direção da escola, sem o qual nada teria sido possível, fui, aos poucos, introduzindo, nas salas de aula, crianças com algum tipo de deficiência. No início, esbarramos no preconceito de alguns pais, mas com o irrestrito apoio dos professores, que se esforçaram em compreender a criança especial e buscaram respostas e métodos para poder dar o melhor de si, conseguimos bons resultados e isso nos encorajou a abrir espaço para outras crianças, com os mais diferentes problemas.
Para citar como exemplo, tínhamos desde uma disfunção neurológica leve, até paralisia cerebral com grave comprometimento motor. Cada uma dessas crianças, na particularidade da sua deficiência, nos ensinou muito. Melhoramos como profissionais e como seres humanos. Por isso afirmo que a diferença só acrescenta. A criança especial na escola modificou toda uma