ecopolitica
Só houve, até agora, conversas e consultas informais sobre o que fazer seja com o Protocolo de Quioto, seja em relação a um tratado com a abrangência do Acordo de Copenhague. Os textos acaloradamente discutidos são “non-negotiating”, ou seja, não são para negociação, embora apresentados às Partes pelos presidentes dos principais grupos de trabalho.
Eu perguntei ao embaixador Luiz Alberto Figueiredo, negociador oficial do Brasil, quando ele esperava que fossem postos na mesa textos formais para negociação. Ele respondeu que esperava que isso acontecesse o mais breve possível. “Prefiro as negociações diretas com as Partes, a negociações com facilitadores”, disse. Nessas conversas mediadas, completou, “é preciso ser amigo do facilitador, para ele pôr as suas preferências no papel”. O embaixador especial para Mudança Climática, Sérgio Serra, acrescentou que a maioria das delegações está pedindo negociações sobre textos formais. Mas a estratégia da presidência da COP16, Patricia Espinosa – leia-se presidente Felipe Calderón – é manter consultas informais, sentindo o pulso das delegações e trabalhando nos bastidores para que se chegue a um consenso mínimo, antes de formalizar o processo de negociação.
Essa preferência pela informalidade alimenta, de tempos em tempos, rumores de que a presidência mexicana apresentaria uma proposta de acordo, na semana que vem, no segmento de alto nível, a cargo de ministros de estado. É o fantasma de Copenhague assombrando a confiança dos negociadores. Na COP15, em Copenhague, os rumores de que o primeiro-ministro Lars Rasmussen tinha um texto de acordo para apresentar aos