Economia, estado e acumulação de capital. a contribuição de celso furtado
_____________________________________ Por Ceci Juruá (julho 2009) Sumário
1.Introdução
2. Crítica à economia neoclássica
3.Progresso técnico e acumulação
4.Estado nacional e sistema de poder
5.Questões de método e a Nova Economia Política
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1-Introdução
A política atual é suicida. Parece que ela foi planejada para mostrar a todos,mais cedo ou mais tarde, que o Brasil deve renunciar à sua autonomia monetária, à sua soberania, tornando-se uma província de um império maior. Enquanto isso acontece, nossos políticos estão distraídos, pensando em outras coisas. ... Estamos sendo governados por uma espécie de “partido” dos que não acreditam no futuro do Brasil. Acham que nosso destino é ser província de um império. (CELSO FURTADO. Entrevista ao Jornal dos Economistas, junho de 2000)
Intelectual e militante, Celso Furtado foi um combatente pela soberania do Brasil e dedicou o conjunto de sua obra à compreensão das Raízes do Subdesenvolvimento, título do último ensaio publicado em vida (2003). Neste livro, em plena maturidade, ele ratificou a convicção de que o Estado nacional, na América Latina, é o anteparo necessário para fazer frente ao poder dos conglomerados internacionais e à situação estrutural de crescente dependência externa.
O foco central de suas teses foi o papel do progresso tecnológico na acumulação e no aumento da produtividade do trabalho. Nos primeiros estudos advertia que não se reproduziram, nas nações periféricas, as conseqüências sociais que acompanharam a industrialização dos países centrais. No Brasil, tanto no período colonial e no Império, quando predominou o modelo primário- exportador, quanto ao longo das várias fases da República, quando ocorreu a industrialização e o deslocamento do centro dinâmico