Economia em Mudança - Da Grande Depressão à Grande Guerra 1870-1914
No último quartel do século XIX, uma sucessão de acontecimentos nas economias desenvolvidas, fez com que o fim irremediável do capitalismo parecesse próximo. O século do vapor terminava com uma deflação impressionante, ao mesmo tempo que, na bolsa se verificavam derrocadas atrás de derrocadas, falências bancárias, desemprego e miséria. A época de prosperidade e do grande crescimento dos anos 50 e 60 parecia ter passado e as energias do capitalismo pareciam esgotadas para sempre. Esta "Grande Depressão" afectou todos os países industrializados de 1873 a 1895. Tal crise foi marcada, sobretudo, pela sobreposição de dois fenómenos de enorme importância. Por um lado a Primeira Revolução Industrial agonizava: os seus primeiros sectores - têxtil e construção ferroviária perdiam o fôlego, depois de terem satisfeito, em grande parte, as necessidades das pessoas em lãs e algodões, e as das nações em vias férreas e material para transportes. Por outro lado, com a electricidade e com o petróleo, estava em gestação uma nova revolução industrial, e surgiam novos sectores de vanguarda, como o aço, a construção eléctrica e o automóvel. Daí que alguns historiadores e economistas, como Eric Hobsbawm refere, no livro A Era do Capital, pensem que este período não deve ser chamado de "Grande Depressão" afirmando que não se pode comparar com a Grande Depressão de 1929. Como o título do nosso trabalho sugere poderíamos denominar o período critico de 1873-95 como a Grande Mutação do século XIX. Contudo convém não esquecer que apesar das grandes modificações ocorridas nas economias e das evoluções tecnológicas registadas neste período verifica-se de facto uma depressão económica com graves consequências. A Primeira Revolução Industrial estava morta e enterrada e a Segunda acabara de nascer, verificou-se após 1896 uma recuperação espectacular das curvas de produção nas quatro economias dominantes da época: Estados unidos, Inglaterra, França e Alemanha. Ao século